“Não faz sentido algum focar no que a sua concorrência faz. Foque nas suas personas.” (Joe Pulizzi)
Focar nas personas e não na concorrência pode soar clichê e repetitivo. Mas a verdade e que estamos longe de entender queatrás de cada ação tecnológica tem um coração pulsante, com dúvidas, alegrias, medos, perdas. A faculdade que me formei se chama “comunicação social”. Normalmente me refiro a ela como “me formei em comunicação”. Meus colegas também falam assim, afinal comunicação é muito mais interessante do que social.
Social é chato, complicado, pressupõe o povo, o governo, as pessoas menos privilegiadas da sociedade. Parece que o social só tem um status positivo – para alguns – quando estampado no jornal: “coluna social”.
Mesmo nas redes sociais, a ideia de rede, de engajamento, de conexão, de visibilidade tem um peso muito maior do que o impacto social (se o impacto social tivesse mais peso, talvez as pessoas discutissem menos e se respeitassem mais nas redes). E todo mundo esquece que as redes sociais digitais só existem pelo pressuposto de que seres humanos gostam de se relacionar desde sempre — e o digital só amplifica o impacto da rede social da vida real.
O fato é que para fazermos comunicação, sejamos formados ou não, precisamos entender do social. Conviver com pessoas de diferentes backgrounds. Sair dos nossos grupinhos, do nosso bairro, cidade, país, do nosso condomínio-redoma de vidro.
Precisamos, metaforicamente, ir além do ir além real. Isso significa não apenas estudar “inteligência emocional”, mas entender o que motiva as pessoas.
Que problemas ela tem que os nossos negócios – ou negócios dos nossos clientes – podem ajudar a resolver. Podem ser problemas grandes, de difícil solução, ou problemas pequenos, que nosso conhecimento técnico – ou dos nossos clientes – entende os caminhos para ajudar quem não o detém.
Você certamente já ouviu falar muito e vai ouvir falar ainda mais de personas. Na tecnologia e no design, a persona é a personificação daquele usuário que vai lidar mais frequentemente com um aplicativo ou produto tecnológico. Já na comunicação, o furo é mais embaixo.
Traçar perfis de personas para comunicar pressupõe um envolvimento mais profundo com o dia a dia das pessoas e uma responsabilidade maior sobre o tipo de produtos, serviços e até de vícios, de traumas e de repetições que vamos gerar. Se isso não fosse importante de se levar em consideração, não estudaríamos na faculdade de comunicação social disciplinas como a psicologia.
Comunicar é um ato coletivo, pressupõe pelo menos duas pessoas. Pense bem e pense muito na extensão das suas ações, planos e projetos e no impacto que você vai gerar nas pessoas.